DEUS, MENINOS (Au Revoir Les Enfants) França, 1987
ADEUS, MENINOS (Au Revoir Les Enfants) França, 1987 – Direção Louis Malle – elenco: Gaspard Manesse, Raphael Fejto, Francine Racette, Atanislas Carré de Malberg, Philippe Morier-Genoud, François Berléand, François Négret, Peter Fitz, Pascal Rivet – 103 minutos.
É um dos filmes mais belos do cinema. Indiscutivelmente, ele deve figurar na lista dos dez melhores filmes de todos os tempos. Não é propriamente um filme de guerra, é uma história passada durante a guerra, mais precisamente a Segunda Grande Guerra Mundial. É um daqueles filmes de exames de consciência que o cinema (no caso o cinema francês) faz a respeito da vida sob a ocupação estrangeira. Passado em janeiro de 1944, prestes ao começo das aulas no Petit Collège de l'Enfant Jesus, em Fontainebleau. Oitenta meninos estudam nesse colégio, enfrentando o frio rigoroso, os bombardeios, a opressão dos nazistas, o mercado negro, a falta de comida etc. Relata com beleza e brilhantismo a história de um garoto separado dos pais e apaixonado por livros que tenta decifrar o mundo adulto. É uma história de amizade profunda e o preço que se paga por ela numa época de medo, angústia e incertezas. Um mundo transformado pela guerra, com reflexos devastadores para as pessoas que fazem parte desse mundo.
Baseado num fato histórico presenciado pelo próprio diretor, que durante anos guardou o segredo por fatores óbvios. Ele retrata a indignação diante da opressão e da discriminação e a perda da inocência. O filme ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1987 merecidamente. Concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro - mas perdeu para o não menos belo A FESTA DE BABETTE, que é um grande filme. É inegável que a Academia cometeu uma grave injustiça em não premiá-lo. A França, depois de muitos anos, resolveu fazer uma espécie de MEA CULPA. Todo mundo sabe que ela esteve sob ocupação nazista de 1940 a 1944, e sabe-se também que cidadãos franceses, infelizmente, talvez por medo, ou, por simpatia com o novo regime, colaboraram na entrega do seu próprio país, até entregando heróis da Resistência aos carrascos nazistas. Questões políticas à parte, o filme é simplesmente belo e merece ser visto e revisto. É poético, sem ser piégas. É lírico, sem ser sentimentalista. É pungente e forte, sem ser grosseiro. É grandioso, sem ser uma superprodução. O diretor Louis Malle está de parabéns por esse notável trabalho. Sem sombra de dúvida, é um dos mais belos filmes do cinema francês!! Obrigatório e absolutamente extraordinário!!
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